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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

SUICIDA TEM PERDÃO OU ESTÁ CONDENADO?


“Suicídio não é um pecado sem perdão”, explica Augustus Nicodemus


Tenho visto muitos cristãos evangélicos formando juizo de condenação sobre os pastores que cometeram suicídio. Pessoalmente, como Pastor - Bacharel em Teologia e como terapeuta na área de Psicanalise Clínica e Psicologia Clínica, não encontro respaldo bíblico para formar um conceito. Dt. 29.29 diz: As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.



A única referência bíblica que usa a expressão "suicídio", refere-se ao ato de Judas após trair Jesus. Apesar de Sansão, Saúl e seu escudeiro também terem tirado a própria vida, os textos não usam a palavra suicídio.


Doutrinariamente, nem o pentateuco - especificamente Levítico, que seria a lei sobre os crimes e pecados, nem Jesus, nem Paulo e nem os demais apóstolos definiram doutrina ou fizeram referência ao suicídio.

Assim, é vogo se formar juízo sobre a questão. No entanto, quero reproduzir aqui, o comentário do Reverendo Augustus Nicodemus, em um debate sobre a onda de suicídio que vem crescendo no meio evangélico e publicada no site do JM Notícias. Leia, assista o vídeo e tire suas conclusões.





O reverendo Augustus Nicodemus foi questionado durante um debate sobre a relação entre o suicídio e o cristianismo e a resposta foi que tal pecado não é um pecado sem perdão.


O tema é pouco discutido no segmento cristão e muitas vezes é citado como um ato que gerará condenação eterna, o que Nicodemus discorda.



“Eu acho que todos nós temos que concordar que o suicídio nunca deveria ser a saída. É um dos pecados proibidos no mandamento ‘Não matarás’. Interpretado pela comissão de fé de Westminster, ele diz que esse pecado não só proíbe que a gente tire a vida dos outros, mas que tire a nossa própria. Então, o suicídio é pecado”, declarou.



Porém, para o pastor o suicídio “não é um pecado sem perdão”. “O único pecado sem perdão, que tem na Bíblia é a blasfêmia contra o Espírito Santo. E provavelmente esse pecado não é cometido por alguém que é crente.”

Em sua explicação, o reverendo presbiteriano fala mesmo o suicídio sendo um ato pecaminoso, ele não pode separar a pessoa da graça de Deus. “Não será isso que irá separá-lo da graça de Deus e do perdão que é dado em Cristo Jesus. Se a nossa salvação vai depender de na hora da nossa morte a gente ter colocado em dia todos os nossos pecados, então pouca gente vai escapar, não é? Então, a pessoa que cometeu o suicídio e atentou contra a própria vida, de fato pecou contra o mandamento ‘Não maratás’, mas isso não a impedirá de entrar no gozo da vida eterna porque a salvação é dada pela graça de Deus e nada pode nos separar disso”, declarou.



Deixe abaixo seu comentário.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

PORQUE TANTOS PASTORES ESTÃO COMETENDO SUICÍDIO?


PANORAMA


“…conflitos externos e temores internos. Deus porém consolou-nos com a chegada de Tito” (II Co 7.5,6).

O suicídio de pastores, líderes e filhos de líderes cresce e preocupa, tendo sido até batizado de “onda de suicídios”, mesmo não sendo algo novo. Há registros bíblicos de líderes como Sansão, Saul e Judas que tiraram suas vidas. Van Gogh, que além de pintor foi pastor, é um dos mais famosos a aplicar a pena capital contra si mesmo.

Recentemente o meio evangélico foi abalado com a notícia do suicídio do Pastor Júlio César – Líder da Assembleia de Deus (Madureira).

Para quem pensa que se trata de um caso atípico, não tem a mínima noção da recorrência do suicídio entre pastores no Brasil e no exterior.

Há alguns anos esse quadro vem crescendo em diversos países do mundo. Em 2013 os Estados Unidos foi abalado com uma onda de suicídio entre pastores de diversas denominações.

O Rev. Teddy Parker Jr., de Bibb Mount Zion Baptist Church, em Macon, Geórgia, foi encontrado morto por sua esposa, Larrinecia Parker, na garagem de sua casa com um tiro disparado por ele mesmo. Teddy Parker suicidou-se em frente de sua casa, enquanto sua esposa, os filhos e 800 membros da congregação o esperavam para o culto de domingo. Antes do suicídio confessou: “não sinto que Deus esteja me ouvindo”.

O pastor Ed Montgomery, que estava de luto pela perda da esposa atirou em si mesmo na frente de sua mãe e filho. Ele e sua falecida esposa, a profetisa Jackie Montgomery, lideravam a igreja Assembleia Internacional do Evangelho Pleno, no Estado de Illinois.

O ex-pastor da igreja Summit em Orlando, Florida - Isaac Hunter, também cometeu suicídio. O caso chamou atenção da mídia secular porque o pai de Isaac, o pastor Joel Hunter era chamado de “mentor espiritual” do presidente Barack Obama, com quem se encontrava com frequência para orações na Casa Branca.

Pode ser coincidência, mas esses três casos de suicídio aconteceram no mês de dezembro/13.

Em 2015, O pastor Phil Lineberger da Igreja Batista de Sugar Land -Texas e ex-presidente da Convenção Batista estadual cometeu suicídio depois de enfrentar a depressão durante anos. Lineberger “perdeu a batalha contra a depressão”, quando tirou a própria vida, afirmou o porta voz da família.

Quatro anos antes, Lineberger havia pregado no funeral de um pastor amigo que havia cometido suicídio: “A depressão fala sua própria língua”, disse ele então. “Um vácuo persistente e ansioso. Um sentimento de desesperança e pessimismo. Um sentimento de culpa, inutilidade e desamparo.”

O pastor americano John Gibson da Primeira Igreja Batista do Sul em Pearlington, Mississipi-EUA. foi encontrado morto com uma bilhete suicida - por sua esposa Christi Gibson.

John Gibson também era professor na faculdade do Seminário Teológico Batista Leavell de Nova Orleans, e apresentava quadro de depressão.

Seth Oiler, pastor da Primeira Igreja Metodista Unida em Newark, Ohio-EUA, cometeu suicídio na casa de propriedade da igreja, onde habitava com a família.

O obituário de Oiler, dizia que ele foi um veterano da Marinha dos Estados Unidos que amava a Deus acima de todas as coisas.

Estes não foram casos isolados de suicídios envolvendo pastores. Os dois casos que mais chocaram os evangélicos norte-americanos, foram os casos dos filhos dos renomados pastores Oral Roberts e Rick Warren.

O mundialmente conhecido tele-evangelista Oral Roberts, perdeu seu filho em suicídio depois de ter sido severamente repreendido pelo pai, ao declarar-se homossexual em rede nacional.

Provavelmente, o caso mais célebre foi o do filho caçula de Rick Warren, considerado o pastor mais influente deste início de século nos EUA. Matthew Warren tinha apenas 27 anos, lutou a vida inteira contra a depressão. Mattew resolveu pôr um fim em sua luta, suicidando-se com um tiro após uma reunião familiar.

O pastor Rick Warren e sua esposa Kay, desde o ocorrido, passou a defender veementemente o diálogo da igreja com seus fiéis a respeito de saúde mental.

O ex-presidente da Convenção Batista do Sul dos EUA, Pastor Franck Page, também perdeu sua filha Melissa em função de um suicídio e assim como Warren, ratifica a importância da conversa a respeito de problemas emocionais. Nos últimos meses, Franck Page convocou uma reunião com outros pastores batistas para discutir a melhor forma de abordar sobre saúde mental dentro da igreja. Page também escreveu um livro para contar sobre o que viveu com a filha.

Suicídios de Pastores no Brasil

No Brasil a situação é a mesma. Em 2011, na cidade de Maceió/AL, o pastor Cosmo Rocha dos Santos, da Igreja Evangélica Pentecostal Coluna de Fogo, foi achado morto por enforcamento, na própria residência, onde também funcionava o templo. Maria José Neves dos Santos, esposa do Pastor Cosmo Rocha, relatou que seu esposo apresentava problemas mentais e estava em tratamento com psiquiatra, inclusive à base de medicamentos controlados.

Em 2013, o Pastor e vice-presidente da Igreja Assembleia de Deus – Ministério de Madureira - Jaélson José da Silva Cosme, cometeu suicídio em Caruaru/PE. Jaélson da Silva levava uma vida normal, mas vinha apresentando comportamento atípico e foi encontrado em casa enforcado com um arame em volta do pescoço.

Em 2014, o pastor Agnaldo Alonso Ferreira Freitas Junior, da 1ª Igreja Batista de Serrinha/BA, foi encontrado morto ao se enforcar com uma corda presa ao telhado da área de serviço da casa da família.

Agnaldo Alonso estaria sofrendo de depressão e ao retornar do culto com a esposa, cometeu suicídio.

Em 10 de dezembro de 2017, na cidade de Cornélio Procópio/PR, o Pastor Ricardo Moisés, da Igreja Assembleia de Deus, foi encontrado morto enforcado dentro de sua residência, localizada nos fundos da Igreja. O fato ocorreu quando a vítima estava sozinha em sua casa.

O caso que acendeu a luz de alerta sobre o assunto, foi o suicídio do pastor Júlio César Silva, ex-presidente da Assembleia de Deus - Ministério de Madureira em Araruama (RJ), que tirou a própria vida por enforcamento.

O mesmo fenômeno vem atingindo, também, sacerdotes católicos, seguindo o crescimento de suicídio em toda população brasileira, segundo dados do IBGE.

Em dezembro de 2016, três padres cometeram suicídio no prazo de 15 dias. Em Salvador/BA, o Padre Ligivaldo da Conceição dos Santos, se atirou de um viaduto.

Na cidade de Corumbá/MS, O padre Rosalino de Jesus Santos, foi encontrado morto por enforcamento. Em nota, a diocese de Corumbá afirmou que o pároco enfrentava um quadro de depressão.

Outro caso ocorreu em Contagem/MG, com o Padre Renildo Andrade Maia, também encontrado morto. Diferente dos outros padres que cometeram suicídio, Renildo Andrade não estava no perfil dos outros dois, sobre os quais paira a suspeita de que tenham sido vítimas da chamada Síndrome de Burnout.

A síndrome de Burnout, também chamada de síndrome do esgotamento profissional, atinge pessoas com dedicação exagerada ao trabalho e quase sempre desejando serem as melhores no que fazem. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições desgastantes de trabalho físico, emocional e psicológico.

Pesquisa realizada em 2012, apontou que o ofício sacerdotal está entre as atividades mais estressantes, superado a atividade policial.

A psicóloga clínica Luciana de Almeida Campos, que está lançando o livro: “A dor invisível, foca sua atenção na síndrome de Burnout e depressão entre os líderes religiosos. Essa depressão no meio de padres e pastores vem sendo exaustivamente estudada por Luciana de Almeida, que faz o seguinte relato: “Tenho acompanhado a sobrecarga dos religiosos com seus afazeres, pois, ao contrário do que muitos pensam, a vida deles é bastante difícil.”

A autora conta que se deparou, por exemplo, com pastores que, em razão da depressão, abandonaram o pastorado, mudaram de religião, migrando para o candomblé, ou viraram ateus.

O Sacerdócio e a Síndrome da divindade

Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. Gn.3.5

Síndrome de divindade: Pastores são homens, não deuses. Muitos usam a máscara do super, quando são apenas e unicamente humanos.

A síndrome da divindade é uma semente maligna – “sereis como Deus”. É uma sugestão de satanás na tentação de Eva e tem ser tornado a tentação de muitos líderes.

O Pastor Jesus era 100% homem e 100% Deus, mas não omitiu sua humanidade. Frases Tipo: “Vinde descansar um pouco” – “Será que nem uma hora podem me fazer companhia?” mostram que o Senhor Jesus buscava amparo emocional em seus momento de crise: Descanso e companhia – os grandes inimigos da liderança evangélica: Excesso de trabalho e solidão.

Lembremos a citação de Paulo sobre Jesus: Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; Fl.2:6,7

Estado emocional de Jesus

Toda dedicação à palavra de Deus a oração, o jejum e santificação, não impediram que o Senhor estivesse imune aos males emocionais e psicológicos que acometem os seres humanos.

Ao suar sangue, Jesus mostra sua total humanidade, nível de estresse e pressão emocional e psicológica.

E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão. Lc.22:44.

Suor e sangue ou hematidrose é um fenômeno raríssimo, que ocorre em pessoas submetidas a stress intenso, associado a um alto grau de pressão psicológica.

Nesse quadro, a pessoa sente intensa dor no corpo, acompanhada de um violento abatimento moral causado por um profundo distúrbio emocional e psicológico e por grande medo.

Somente esta sintomática é capaz de provocar o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, onde o suor mistura-se ao sangue formando a hematidrose.

Se o nosso Senhor demonstrou sua necessidade de descansar e de companhia, se em dado momento manifestou quadro de estresse emocional e psicológico, distúrbio emocional e sintomas psicossomáticos, sejamos conscientes que estamos sujeitos aos mesmos males. 

Não sois máquina! Homens é que sois!
Charles Chaplin



P.S. O presente conteúdo faz parte da apostila do curso de Psicoterapia Pastoral que será ministrados a pastores e líderes em Janeiro/2018.






sábado, 23 de dezembro de 2017

SUICÍDIO DE PASTORES DESPERTA PREOCUPAÇÃO NO MEIO EVANGÉLICO


É crescente o número de pastores cometendo suicídio por motivos diversos. O suicídio do Pastor Júlio César da Silva, líder da Assembléia de Deus (Madureira), ocorrido no dia 12 de dezembro, suscitou ampla discussão e acendeu o alerta nas denominações evangélicas.
No mês de setembro, mês de prevenção ao suicídio, realizei algumas palestras sobre o assunto, dando ênfase, exatamente sobre o suicídio de pastores.
No vídeo abaixo faço um alerta a alguns problemas motivadores dessa prática no meio evangélico.


Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico 
Pós Graduado em Psicanálise Aplicativa.
Bacharel em Teologia

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

VOCÊ ESTÁ FAZENDO O QUE PARA SALVAR SEU CASAMENTO?


E você, vai fazer o que para salvar seu casamento?

A relação conjugal requer um exercício constante de tolerância, paciência e companheirismo. Ao longo dos anos e no cotidiano do relacionamento o casal acaba perdendo esses componentes fundamentais na relação, desenvolvendo conflitos, dificuldade de lidar com as diferenças do parceiro(a), irritabilidade e falta de tolerância. Nesse estágio, é necessário muita maturidade para buscar ajuda de quem realmente pode orientar para a preservação do casamento.

Com trinta e seis anos de aconselhamento pastoral associado à experiência analítica, me especializei na restauração de casamentos e resolução de conflitos na relação, pela vivência no consultório de psicoterapia. Com formação em Psicanálise Clínica e Pós em Psicanálise Aplicativa, desenvolvi um programa voltado a ajudar pessoas que desejam salvar os seus casamentos através da terapia conjugal por meio da análise, num primeiro momento individual para conhecimento do histórico familiar pessoal de cada cônjuge, visto que, em geral, no relacionamento a pessoa inconscientemente busca identificar características paternas ou maternas no parceiro, idealizando uma pessoa que não existe, senão na mente dela.

Conhecidos os históricos passados individuais, passamos a terapia com o casal, ajustando o conhecimento dos históricos para eliminar os conflitos.

É comum que a mulher busque relacionamento com homens que se identifiquem com a pessoa do pai e o homem busque na mulher características da mãe. Não é regra, em poucos casos a mulher busca identidade da mãe e o homem identidade do pai no cônjuge.

Esse método tem feito a diferença nos relacionamentos dos meus pacientes que se abrem para o tratamento individual, antes da terapia a dois. A Terapia Conjugal tem como objetivo principal, restabelecer a qualidade na relação por meio da quebra de identificação ou da idealização imaginária.

Esse método de tratamento é indicado para pessoas que estejam passando por momentos de crise, mas desejam salvar seu casamento; Pessoas que querem reconquistar o parceiro(a), pessoas com dificuldades em solucionar os conflitos da relação, que se sentem impotentes para resolver os problemas sozinhas(os), se sentem tristes, depressivas(os), com problemas na relação sexual ou baixa libido, com baixa estima em relação ao cônjuge e/ou sofrem com problema de julgo desigual.




sábado, 2 de dezembro de 2017

IDEOLOGIA DE GÊNERO E SEXUALIDADE FICAM FORA DA BNCC

População brasileira rejeita ideologia de gênero e sexualidade na BNCC.



Gênero e orientação sexual não devem ser abordados explicitamente na BNCC, mas estarão contemplados na abordagem aos direitos humanos.


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve continuar sem abordar especificamente questões de gênero e orientação sexual. O texto elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) em colaboração com o Conselho Nacional de Educação (CNE), que será votado no conselho na semana que vem, deve contemplar a questão apenas fazendo referência aos "direitos humanos". Segundo afirmou o conselheiro Ivan Cláudio Siqueira, em entrevista à Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), nesta sexta-feira, o tema será contemplado dessa forma devido ao contexto "bélico" da sociedade em relação a ele.

Aparece a questão dos Direitos Humanos, mas por conta dessa pressão toda que tem havido e o estado bélico que temos vivido na sociedade brasileira em relação a essas temáticas isso está colocado como direitos humanos- afirmou, destacando, no entanto, que isso ainda pode ser revisto durante a votação da semana que vem.

A BNCC norteará os currículos de todo país e sua versão em relação à educação infantil e ao ensino fundamental é a mais adiantada até o momento. Após a aprovação final do CNE, o texto deve ser encaminhado novamente ao MEC para que seja homologado pelo ministro Mendonça Filho. No que diz respeito ao ensino médio, a terceira versão do texto sequer foi apresentada pelo MEC e encaminhada ao CNE.

Ensino Religioso


O novo texto da base inclui diretrizes sobre o ensino religioso, que havia ficado de fora da última versão. O CNE teve que reinserir o tema no documento após a decisão do Supremo Tribunal Federal de permitir o ensino confessional em escolas públicas. Mas, a despeito da autorização, a BNCC aborda o tema de maneira inter-religiosa.

A abordagem é de um ensino não confessional, com discussões étnicas que reconhecem as questões da espiritualidade, mas que é frontalmente não confessional- explica Siqueira.






segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Os Tipos de Ansiedades


Fobias
Medo excessivo e irracional revelado pela presença, ou antecipação da presença de um objeto ou situação que causa pavor. Exemplo: fobia de animais, sangue, altura e doenças. As fobias geralmente causam o aparecimento súbito de medo e estão presentes por mais de seis meses.

Estresse Pós-traumático
É um transtorno prevalente, associado a alterações neurobiológicas e cognitivas. Após presenciar acontecimento traumático, a pessoa passa a reviver o evento. Considera-se um quadro agudo quando ocorre dentro de um período de três meses e cônico quando de maior duração.

Transtorno de Pânico
Crises súbitas de mal-estar, em geral sem que exista um fator desencadeante importante. Além da ansiedade intensa (pânico) a pessoa tem a sensação de morte iminente, de perda do controle de si própria ou de ficar "louco". Essa ansiedade é acompanhada de vários sintomas somáticos: palpitações, dor no peito, tontura, falta de ar, vertigens, sudorese excessiva, sensação de estar "aéreo", sensação de desmaio, formigamentos no corpo, ondas de calor e frio, náuseas, e outros. Em geral duram alguns minutos, raramente mais que uma hora. Os ataques se repetem e há alterações de comportamento associadas ao medo de ter novas crises.

Transtorno Obsessivo Compulsivo
As obsessões são ideias ou imagens que vem à mente da pessoa independente de sua vontade repetidamente. É a presença de pensamentos obsessivos e necessidade de realizar alguns rituais para suprimi-los - como lavar as mão repetidamente. As compulsões são atos ou rituais que o indivíduo se vê obrigado a executar para aliviar ou evitar as obsessões. Se a pessoa não executa o ato compulsivo ela fica muito ansiosa.

Agorafobia
A ansiedade que se sente em locais ou situações onde passa ser difícil ou embaraçoso. Por exemplo, na presença de multidões ou as vezes, até na própria casa quando se está só.
A agorafobia surge quando a pessoa que sofreu repetidamente estas crises de ansiedade adquire um medo horrível de que elas se manifestem em situações concretas. Este medo é motivado pela ideia de que esse ataque pode se repetir e de que será muito difícil conseguir ajuda

Generalizada
Quando a ansiedade flui ao longo das horas, dias e meses. Há uma preocupação excessiva e incontrolável, geralmente associada à tensão muscular, insônia e irritabilidade.

Fobia Social
Medo persistente de situações em que a pessoa acredita estar exposta à avaliação dos outros de ser comportar de maneira vergonhosa.
O transtorno ansioso social, vulgarmente chamado de fobia social ou sociofobia, pode provocar os seguintes sintomas: Ansiedade, timidez, inseguridade, baixa autoestima, tristeza, solidão, medo de falar em público.

Ansiedade Induzida por Substâncias
Uso de determinadas substâncias que pode levar a um ou mais transtornos ansiosos. Os transtornos de ansiedade são desencadeados pelo uso de uma ou mais substâncias: anfetaminas, cocaína, heroína, maconha, álcool, doses concentradas de cafeína, outras substâncias tóxicas. Durante ou dentro de um mês em que há intoxicação ou abstinência de uma ou mais substâncias, os sintomas aparecem.

A perturbação pode desenvolver ansiedade proeminente, ataques de pânico, fobias, obsessões ou compulsões.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Você sofre de Distimia?


Distimia é um tipo de depressão que é 
confundida com mau humor. 

As pessoas que sofrem de Distimia, em geral são taxados de mal-humorados, no entanto, trata-se de uma depressão de longa duração. Devido ao “mal humor” torna-se difícil o diagnóstico e o tratamento. Também é conhecida como transtorno depressivo persistente.

Os principais sintomas são idênticos ao da depressão - menos intensos, porém crônicos, com duração em torno de dois anos em adultos e de um ano em adolescentes e crianças. São eles: Tristeza, desânimo, falta de interesse, pessimismo crônico, irritação, cansaço e falta de energia, baixa autoestima, sensação de culpa, falta de libido, reclamações frequentes, dificuldade em sentir prazer nas atividades cotidianas, alterações no sono, isolamento e alterações do apetite.
Segundo a psicanalista Soraya Hissa, “a dificuldade de diagnóstico ocorre porque os profissionais estão acostumados com casos depressivos graves. Então, quando surge alguém com distimia, eles podem ter dificuldade em perceber o problema de longa duração”.
Cura e tratamento
O tratamento adequado pode amenizar e até mesmo curar o distímico, desde que diagnosticado e aplicado o tratamento correto. A falta de tratamento faz com que o transtorno evolua, uma vez que essa alteração crônica do humor não preenche os critérios de intensidade dos sintomas para ser considerada um quadro depressivo comum.
A psicoterapia é fundamental para modificar a maneira de pensar e de agir, fazendo com que o paciente enxergue o mundo com outros olhos e fortalecendo o pensamento positivo, visto que o distímico tem tendência negativista, sofre de baixa autoestima pensando que não vale nada, que ninguém o valoriza e que nada vai mudar.

Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico

Clínica de Psicotheoterapia - Paranavaí/PR
044-997601317

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Adultério, um gatilho de autodestruição.

Quando o relacionamento se torna uma dependência e obsessão


Todo indivíduo, seja homem ou mulher, que se envolve numa relação extraconjugal, ativou um gatilho de autodestruição que inicia uma contagem regressiva ao caos.
Um dos grandes problemas levados ao consultório está relacionado a questões conjugais, principalmente o adultério.
Quando um dos cônjuges se envolve numa relação extraconjugal, está buscando suprir alguma carência afetiva não preenchida pelo parceiro. Algum vazio emocional que desencadeia uma série de atitudes destrutivas e inconsequentes, totalmente imperceptível, tamanha a necessidade de resposta à carência.
Essa nova relação nasce entre pessoas próximas, de convivência familiar, na escola ou no trabalho. Tem início pela oportunidade de desabafar – onde ambos expõem problemas e carências. Nessas conversas há uma identificação dos problemas, ambos encontram alguém que ouve, o que, em geral, não acontece na vida conjugal e está pronto o cenário para o envolvimento extraconjugal.
Num segundo momento, esse relacionamento se torna uma dependência e obsessão - Isto porque o indivíduo obcecado não consegue avaliar os seus comportamentos e a própria realidade. A necessidade de ver, falar e estar junto coloca em risco toda uma vida familiar e conquistas que levaram anos de construção. Uma pessoa envolvida nesse tipo de relacionamento não tem percepção do quanto está se autossabotando, vivendo por um fio, um deslize para que tudo desabe.   
Quando atendo esses casos, em geral o cônjuge que está envolvido numa relação extraconjugal, apesar de estar se sentido “bem” nessa relação, em seu interior há um conflito sobre a necessidade de sair da situação, mas não consegue se desprender da outra pessoa.
A psicanálise tem a atenção voltada para as razões inconscientes que levaram a essa situação e, via de regra, há um histórico passado que está se repetido. No entanto, encontramos na bíblia uma resposta que pode ser agregada ao tratamento, conhecida como Ligação de Alma - Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque, como foi dito, os dois serão uma só carne. O que a bíblia está propondo é que, no ato da conjunção carnal, há uma ligação de alma “se faz um com ela”. Essa Ligação de Alma é uma prisão onde a alma estabelece uma aliança com outra pessoa. É uma relação que, na maioria das vezes, ocorre fora dos princípios bíblicos. Um laço constituído na vida de uma pessoa através de relações sexuais ilícitas - incesto, fornicação, pedofilia, adultério, prostituição, lascívia, sensualismo, abuso e molestação sexual, etc.
Paulo propõe que qualquer relação sexual entre pessoas, criam uma ligação semelhante a do casamento - “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” Gn 2:24. O Casamento é uma ligação de alma entre duas pessoas, que transpõe a dimensão física - sexo, entrando no campo espiritual e na alma - "se tornarão um só espírito e uma só alma". Esse fenômeno acontece no ato sexual, na união entre dois corpos, estabelecendo a aliança do casamento e gerando implicações no reino espiritual. O ato sexual no casamento é um ato abençoado, mas se é uma relação pré-conjugal ou extraconjugal, formou-se uma aliança entre as almas. Quanto mais parceiros sexuais, mais ligações de almas.
Na Ligação de Almas, a pessoa não se liga apenas com o seu parceiro atual, mas com antigos parceiros sexuais - não se trata de “fusão de almas”, mas sim de ligações, de amarras que mantêm pessoas presas umas nas outras. Quando ocorre um ato sexual fora do casamento, a pessoa está ligando a sua alma com alguém que não foi estabelecida nos padrões bíblicos. Tudo isto num contexto espiritual, e não místico. Daí porque a pessoa não esquece a outra. Sempre que se encontram, há um desequilíbrio emocional momentâneo.
Mesmo nos casos de incesto, abuso e moléstia sexual, o trauma fica obscurecido na memória e a qualquer momento se manifestará. Uma pessoa que vivenciou essa experiência, virá a sofrer sério distúrbio emocional e psicológico quando tiver que se relacionar sexualmente, mesmo no casamento. Nesse caso é uma ligação traumática.

Faxina emocional

Um fator importante é o que chamo terapeuticamente de Faxina Emocional – Trata se de objetos que podem servir de ponto de contato para constituição de ligação da alma: Presentes de ou dos ex, presentes do(a) amante e tudo que te faz lembrar e desejar estar com essa pessoa, significa que ainda há ligação de alma.  Então é hora da faxina emocional, de se livrar e evitar tudo que mantem ligação de alma com essa pessoa.

Apesar de ouvir cristãos evangélicos dizerem ter passado por um processo espiritual de desligamento de alma, se é que passaram, a terapia tem a finalidade de tratar os resquícios emocionais que estão no inconsciente, que, a qualquer momento a pessoa se verá repetindo aquilo que já vivenciou antes. Nesse caso, não está tratando o espiritual, mas o emocional, aquilo que está no registro do histórico de vida, camuflado no inconsciente.
Sei que não é uma posição muito aceitável para o meio evangélico, mas depois de 35 anos de pastorado e hoje atuando na área psicoterapêutica, tenho pacientes que, apesar de terem as mais profundas experiências com Deus, estão destruídas emocionalmente com históricos passados e repetindo situações vivenciadas antes de conhecer a Cristo Jesus. Deus perdoa o pecado, mas as consequências são inevitáveis e deixam marcas psicológicas e emocionais que, reprimidas no inconsciente, mais cedo ou mais tarde vão se manifestar. É tudo uma questão de tempo e situação oportuna. “Aquele, pois, que pensa estar em pé, CUIDE para que não caia”. I Co.10.12.

Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico

Pós Graduado em Psicanalise Aplicativa.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Repórter gay busca psicólogo para virar hétero "de novo"

Disposto a me submeter à reorientação sexual, marquei uma consulta com o psicólogo.

Busquei o caminho do autoconhecimento. Na época, meus pais me encaminharam a um psicanalista, que eu frequentei durante cinco anos, quatro vezes por semana.... Fonte: Blog do Paulo Sampaio.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O Cristão e a Depressão

Você sabia que no Brasil estima-se que cerca de 10% da população sofre de depressão? Ou seja: uma a cada 10 pessoas - e que somente 4% dessas pessoas tem o diagnóstico e procuram tratamento?

Segundo a Organização mundial de Saúde – OMS, a depressão será a patologia que mais incapacitará indivíduos em todo o mundo até 2020.



A depressão é uma realidade na vida de muitos homens e mulheres de Deus. Apesar de não acreditarem que isso é possível, todos estamos sujeitos.


Não são poucos os personagens bíblicos que sofreram dessa patologia. A questão é que muitos desconhecem os sintomas, e não procuram o tratamento adequado; Quando procuram, a situação está agravada demais, necessitando de intervenção psiquiátrica a base de medicação.

Meu propósito em escrever este artigo, é alertar para uma doença que está sorrateiramente destruindo muitos ministérios de homens e mulheres chamados por Deus, e que têm negligenciado sua saúde emocional.



Sintomas mais comuns da depressão




A depressão, também chamada de “o mal do século” tem sido muito falada, ao ponto algumas pessoas confundirem tristeza com depressão, e são coisas diferentes. Tristeza é um sentimento momentâneo - uma reação a alguma situação desagradável que aconteceu. É normal você ficar triste quando acontece alguma coisa que não foi planejada, quando você perde o emprego, a separação de um casal ou quando acontece alguma coisa que você não desejou - depois da perda de um ente querido: uma reação que nós chamamos de luto ou de estresse. Pode ocorrer um sentimento de tristeza por até 6 meses Isso é perfeitamente normal.

Depressão é diferente. Depressão é uma doença que causa transtorno para vida da pessoa acometida. Você deve suspeitar de depressão quando essa tristeza se torna presente a maior parte do tempo e é desproporcional aos fatos ocorridos. Além disso, a depressão não é só tristeza, ela vem acompanhada de um conjunto de outros sintomas. 

Perda do ânimo - Também chamado de anedonia - é a perda da capacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos. Esse sintoma, o indivíduo perde a vontade e o interesse de fazer as coisas que mais gostava. 

Alteração de peso – A depressão provoca uma grande alteração de peso, seja ganhando ou perdendo, sem ter se esforçado pra isso. A alteração de apetite tanto para mais ou para menos também é um sintoma é importante da depressão, fator provocador desse desajuste no peso. 

Distúrbio do sono – Consiste nas dificuldades relacionadas ao sono: muito sono ou insônia - que é a dificuldade de iniciar o sono, acordar várias vezes durante a noite ou acordar mais cedo que o normal.

Esquecimento e dificuldade na concentração – A depressão faz com que o pensamento fique mais lentificado. Nesse quadro, o indivíduo pode queixar-se de dificuldade de memória e de compreender coisas que antes tinha uma grande facilidade ou mesmo a dificuldade de executar tarefas simples. 

Cansaço constante – O Indivíduo se sente cansado o tempo todo, sem energia para fazer as suas atividades.

Perda da libido - também pode ocorrer uma diminuição da libido - o desejo sexual  fica diminuído.

Sentimento de culpa – O depressivo desenvolve elevado sentimento de culpa. Se sente culpado por tudo e as pessoas falam que está sempre olhando o lado negativo das coisas. Na depressão, sentimentos de culpa e pessimismo intenso são muito frequentes, como se o indivíduo enxergasse o mundo de uma forma distorcida, de uma forma negativa.

A depressão e o Suicídio


Pensamentos e desejos suicida - A depressão é uma das principais causas de suicídio. Sobre esse ponto, quero chamar atenção para dois aspectos muito importantes.

Primeiro – O uso de álcool e drogas é muito comum. O indivíduo deprimido busca drogas lícitas ou ilícitas para aliviar a sua angústia, mas, ao invés de aliviar, isso agrava o quadro e piora muito o risco de suicídio,

O segundo aspecto é um sinal de gravidade que chamamos de "sinal de alerta". Trata-se de pensamentos recorrentes em morte. É importante observar se a pessoa tem pensamentos de morrer o tempo todo, pensamento em exterminar a própria vida, em suicido como se essa fosse a única solução para seus problemas. Caso isso esteja ocorrendo, a pessoa deve procurar ajuda, para que tenha uma avaliação quanto à gravidade do quadro, e seja tomado uma atitude o mais rápido possível para esse problema.

Não subestime esse problema - No Brasil são 10 mil mortes por suicídio por ano e no mundo uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos. 

A depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida - na infância, na adolescência na maturidade ou na velhice, e muitas vezes ela acontece em decorrência a outra patologia, como por exemplo: infarto agudo do miocárdio, um acidente vascular cerebral, diabetes, etc. Quando diagnosticado e tratado logo no início, melhora muito a qualidade de vida da pessoa.

A Depressão é uma doença como qualquer outra, não é sinal de loucura, de fraqueza e nem irresponsabilidade. Se você percebeu algum desses sintomas apresentados aqui, procure um especialista na área de saúde mental. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos. 

Biblicamente encontramos esse quadro em um personagem acima de qualquer possibilidade, ao olhar espiritual, de sofrer de depressão: O profeta Elias. Um homem que superou os mais diversos confrontos e desafios, repentinamente foge de uma situação insignificante ante as diversas batalhas que outrora vencera com segurança e fé. O que vemos a seguir é um homem profundamente depressivo.


ELIAS, UM PROFETA DEPRESSIVO

Sintomas da depressão na vida de um dos maiores profetas da bíblia - o grande profeta Elias. 1Rs.19.
v.4 - E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais.

  • Pulsão para a morte: "pediu para si a morte" v4; Pensamentos suicida.
  • Esgotamento emocional: "já basta" v4; - Perda do ânimo.

v.5 - E deitou-se e dormiu debaixo de um zimbro; e eis que, então, um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come.
v.6 - E olhou, e eis que à sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e comeu, e bebeu, e tornou a deitar-se.

  • Esgotamento físico associado à fuga: "deitou e dormiu" v5,6; Perda do ânimo.
v.9 - E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?
  • Fuga - "entrou na caverna" - v9;
v.10 - E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.
  • Autojustificativa - Tenho sido muito zeloso pelo Senhor; v.10
  • Projeção - Elias projeta nos filhos de Israel o que estava vivenciando:
1.    “deixaram a tua aliança”;
2.    “derrubaram teu altares”;
3.    “mataram teus profetas” V10;
Esses são sintomas emocionais detectados em Elias. A depressão tem outros sintomas que podem ser percebidos na vida de muitos personagens bíblicos.
Ainda sobre a pulsão para a morte, analisemos um dos homens escolhidos por Jesus para o apostolado – Judas Iscariotes, que chegou ao limite: o Suicídio.

Judas – Depressivo suicida


Criado em meio aos conflitos existenciais, na infância já presenciava os piores índices de violência tanto religiosa quanto socialmente. Possivelmente seus pais teriam sido membros da seita dos Zelotes, viveu sob a ira de um povo revoltado com os judeus. Judas cresceu só, sem amigos e sem um bom relacionamento social. 



Era culto, bom administrador e eloquente em palavras - usava destes dons para se autopromover visando somente seus interesses pessoais, não se importando com quem se relacionava. Para ele a frase: Eu te amo, não tinha importância. Uma pessoa com tal perfil, jamais se veria como um sacerdote. 


Ao ser chamado por Jesus para o apostolado, passa a ser visto com outros olhos por todos que o conheciam. 


Jesus mudou a convivência de Judas. Deu-lhe um voto de confiança e novos relacionamentos, além de dar-lhe demonstração de amor, carinho, atenção e respeito. 


Judas tinha tudo para viver uma nova vida, no entanto suas deficiências emocionais e de caráter não haviam sido tratadas. Judas jamais permitiu a exposição de seus traumas.


Apesar de estar convivendo com o mestre Jesus, constantemente suas deficiências emocionais são reveladas na bíblia.


Judas o Psicopata - O Psicopata é dotado de pouca ou nenhuma empatia. Alguns cientistas acham que o psicopata é totalmente indiferente e insensível aos sentimentos ou necessidades alheias. A falta de empatia do psicopata pode não ser facilmente percebida, visto que ele consegue facilmente enganar as pessoas. - João 12:6 – revelar a psicopatia de Judas: Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.


O comportamento de Judas define sua psicopatia; Uma pessoa sem empatia com os menos favorecidos: “ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres”. 



Também não sente medo, é uma pessoa que não tem receio das punições que suas ações possam acarretar. E é nesta parte que entra a manipulação, pois o psicopata é capaz de armar grandes espetáculos para mostrar como está “arrependido” de seus erros, chegando até mesmo a comover algumas pessoas desavisadas.



A psicopatia não é loucura, mas sim um grave transtorno de personalidade difícil de ser tratado.


Uma das improbabilidades para a psicanálise é um psicopata cometer suicídio - Dificilmente um psicopata se deixa levar pela comoção, arrependimento ou desespero. Ele procura outra forma para burlar esses sentimentos, mas não cometendo suicídio.
As confusões mentais de Judas vão aos extremos da psicopatia, ao ponto de cometer o suicídio.

O suicido de Judas e a Psicanálise - Para compreender as motivações que levaram Judas ao suicídio, é necessária uma leitura do quadro geral sob o ponto de vista psicanalítico, que o levou a dar cabo da própria vida.
A psicanálise compreende que não há uma causa única que leva ao suicídio, mas é um processo sintomático desenvolvido ao longo da vida do indivíduo. Uma série de fatores que vão se acumulando, tais como: fatores familiares, emocionais, sociais, biológicos, psicológicos, dentre outros, que acaba culminando na consumação do ato.

Para o suicida, viver é mais sacrificante do que o morrer. Seu estado emocional está carregado de sentimentos negativos como culpa, vergonha, angústia, solidão, etc. O acumulo desses sentimentos desenvolve a ideais de morte, não com a intenção de morrer, mas como a única forma de dar fim a essas emoções insuportáveis.

A vida torna se tão insuportável que o indivíduo busca a morte como uma opção à vida, não apenas pelo desejo de morrer. A morte não é o que o ele quer, porque não tem noção do que é a morte, na verdade o que deseja é fugir do sofrimento.

Nesse estágio, o indivíduo se depara com o conflito descrito por Freud na Segunda Tópica - entre o ego e o superego.
¹“As observações de Freud a respeito de seus pacientes revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro; proibições sociais bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações que, frequentemente, chocavam-se uns com os outros. Ele tentou ordenar este caos, aparentemente, propondo três componentes básicos estruturais da psique: o id, o ego e o superego”. (FADIMAN e FRAGNER, 1986, p. 10)

Outra forma de compreender o suicídio sob a ótica da psicanálise é a segunda teoria de Freud (1920) sobre as Pulsões - pulsão de vida e pulsão de morte. Nesse caso, o suicídio é visto em parte, como um evento onde a pulsão de morte se sobrepõe em relação à pulsão de vida. Nesse conflito constante entre a vida e a morte, a última acaba prevalecendo.

No texto Luto e Melancolia, Freud (1915) descreve o suicídio como a volta da destrutividade contra si próprio, onde há um anseio de matar outro, e como autopunição, essa agressividade volta contra o próprio indivíduo. Para Freud, nenhum neurótico abriga pensamentos de suicídio que não consistam em pensamentos assassinos contra outros, o qual volta contra si.

Em tese, o suicida reprime o desejo de matar outra pessoa, ou seja: uma agressão voltada para o íntimo, contra um objeto de amor.

A falta de maiores informações no relato bíblico dificulta a conclusão de um diagnóstico sobre a verdadeira motivação que levou Judas ao suicídio, no entanto, sob a ótica da psicanálise é possível à aplicação de uma das duas teorias referidas.

Ante o exposto, a vida espiritual, por mais intimidade com Deus que o indivíduo possa ter, não impossibilita de sofrer uma depressão profunda.

Por que não me matou na madre? Assim minha mãe teria sido a minha sepultura, e teria ficado grávida perpetuamente! Jr.20:17.

Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico
Pós Graduado em Psicanalise Aplicativa
044-997601317 (whatsapp)


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Depressão entre jovens cristãos



A depressão é um estado emocional a qual todas as pessoas estão sujeitas, incluindo jovens e adolescentes.
Dados de uma pesquisa nacional recente nos Estados Unidos, apontam que entre 2005 a 2014, o número de jovens depressivos subiu de 8,7% para 13,3% na faixa etária entre 12 a 17 anos.
No Brasil faltam estudos sobre o assunto, mas, segundo médicos e pesquisadores, o crescimento é uma realidade, não sendo identificado nem tratado. Irritação, agressividade, mudanças bruscas de humor, desânimo e isolamento, são visto como natural para quem convive com adolescentes, já que para eles, não se sentir bem é normal.
Apesar da dificuldade de identificar a diferença entre o comportamento natural do adolescente e os sintomas da depressão, uma vez que esses sintomas se manifestam de forma diferente entre os adolescentes.  Enquanto uns se isolam, outros tornam-se agressivos. Os sinais mais comuns de depressão observados entre adolescentes são: Repetição de sentimentos, atitudes negativas, insônia, perda de interesse em atividades e irritabilidade constante.
É importante que os pais prestem atenção no comportamento de seus filhos e, identificado esses sintomas, o diálogo é fundamental - principalmente ouvir, já que esta é uma das principais reclamações dos jovens e adolescentes – que o pais não têm tempo para ouvi-los.
Não obstante a cobrança constante dos pais pelo bom rendimento escolar, o descontentamento com a imagem corporal, as desilusões amorosas e o medo do futuro, são causadores de estresse. Somados às mudanças naturais que o adolescente sofre, um quadro depressivo pode estar instaurado, sem que seja perceptivo.
Há quem diga que a depressão não pode atingir o jovem cristão, no entanto, esses estão mais propensos à quadros depressivos, visto que os jovens seculares descarregam suas pressões emocionais e adrenalina em festas, baladas e outras atividades.
Devido ao conceito de santidade ensinado em muitas igrejas evangélicas, a juventude cristã tem uma vida sedentária e reservada – o que tendo maior propensão à depressão.
Quando se trata dos filhos dos pastores, além das condições impostas no geral, eles são cobrados pela posição de “filhos do pastor” como modelo. Sobre eles é maior a cobrança. Daí a razão porque muitos se afastam do evangelho.
De acordo com o Instituto Schaeffer, 80% dos pastores pesquisados acreditam que o ministério pastoral afetou negativamente suas famílias, principalmente os filhos.
Pois que o meu espírito se angustia em mim; e o meu coração em mim está desolado”. Sl.143:4.

Osésa Rodrigues de Oliveira

Psicanalista Clínico