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terça-feira, 23 de outubro de 2018

O Cristão e a Ansiedade

Ansiedade

A bíblia faz menção desse distúrbio em diversas situações: 
Ansiedade pelas necessidades básicas, sustento. 

Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras? Lucas 12:26 
Ansiedade pela ausência de uma pessoa amada

E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. Lucas 2:48. 
Ansiedade pelos afazeres, estresse. 

E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; Lucas 10:41. 
Ansiedade por situações diversas 

Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; Fl.4.6. 

O que é Ansiedade? 


A ansiedade é uma emoção normal do ser humano, comum ao se enfrentar algum problema no trabalho, antes de uma prova ou diante de decisões difíceis do dia a dia. No entanto, a ansiedade excessiva pode se tornar uma doença, ou melhor, um distúrbio de ansiedade. 
Pessoas que sofrem de distúrbios de ansiedade sentem uma preocupação e medo extremos em situações simples da rotina, além de alguns sintomas físicos, o que atrapalha suas atividades cotidianas, já que eles são difíceis de controlar. 
Por sorte, os distúrbios de ansiedade podem ser tratados. Vamos falar melhor sobre eles. 
A ansiedade é, basicamente, uma resposta do corpo vinda do sistema nervoso autônomo, que age independente do nosso pensamento racional, como um reflexo. 
Ele tem a porção simpática, que tem reações de resposta ao estresse, preparando o corpo para fugir ou lutar em uma situação de perigo. 

Isso ocorre com a liberação de adrenalina, que causa reações como: 
  • Acelerar os batimentos cardíacos e contrair os vasos sanguíneos, para levar o sangue mais rapidamente; 
  • Dilatar os brônquios, para aumentar a respiração e o consumo de oxigênio; 
  • Diminuir a motilidade do intestino, para guardar energia para outras ações; 
  • Dilatar as pupilas, para melhorar a visão mesmo em pouca luz; 
  • Aumentar a liberação da glicose no sangue, para dar mais energia às células. 
A liberação do cortisol também ocorre neste processo, o que traz alguns outros impactos ao corpo, como aumento da gordura corporal, inibição do muco da parede gástrica e trazendo fadiga ao cérebro. 

Sintomas de Ansiedade 

A ansiedade e seus transtornos podem causar sintomas tanto mentais quanto físicos, que atrapalham o dia a dia de diversas formas. Veja quais são os principais: 

Sintomas psicológicos da ansiedade

  • Constante tensão ou nervosismo; 
  • Sensação de que algo ruim vai acontecer; 
  • Problemas de concentração; 
  • Medo constante; 
  • Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o objeto de tensão; 
  • Preocupação exagerada em comparação com a realidade; 
  • Problemas para dormir; 
  • Irritabilidade; 
  • Agitação dos braços e pernas. 
Sintomas físicos da ansiedade

  • Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração; 
  • Respiração ofegante ou falta de ar; 
  • Aumento do suor; 
  • Tremores nas mãos ou outras partes do corpo; 
  • Sensação de fraqueza ou cansaço; 
  • Boca seca; 
  • Mãos e pés frios ou suados; 
  • Náusea; 
  • Tensão muscular; 
  • Dor de barriga ou diarreia. 
Ataques de pânico 

Os ataques de pânico são uma reação comum aos transtornos de ansiedade, principalmente na síndrome do pânico. Suas principais características são: 
  • Sensação de nervosismo e pânico incontroláveis; 
  • Sensação de morte; 
  • Aumento da respiração; 
  • Aumento da frequência cardíaca; 
  • Tonturas e vertigens; 
  • Problemas gastrointestinais. 
Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que podem ser confundidos com doenças como infarto e outros eventos cardiovasculares. 

Relação entre ansiedade e depressão 

Muitas pessoas acreditam que ansiedade e depressão são quadros opostos como muita gente acredita, eles inclusive têm sintomas muito semelhantes, como: 
  • Medos; 
  • Insônia; 
  • Insegurança; 
  • Dificuldades de concentração;
  • Irritabilidade. 
Percebendo isso, dá para notar que elas podem ocorrer juntas. 

Um estudo, que ficou conhecido como Kendell, mostrou que diagnóstico de depressão passa para a ansiedade em 2% dos casos, enquanto os casos de ansiedade se tornam depressão em 24%. 
Uma explicação para isso é que os pensamentos negativos que o ansioso tem sobre si mesmo podem ser gatilhos para a depressão. 
Além disso, grande parte das pessoas com transtornos de ansiedade evitam as situações que podem desencadear sintomas e, com isso, passam a viver de forma muito restrita, como não sair de casa sozinho, não participar de encontros e outros eventos sociais, ficar preocupado com tudo e acabar não fazendo nada, e por aí vai. Quanto mais a ansiedade abala a vida de uma pessoa, maior a chance de ela ficar deprimida. 
Por fim, tanto a ansiedade quanto à depressão costumam estar ligadas a disfunção de neurotransmissores chamado monoaminas, que englobam a serotonina. 

Causas 

Não se sabe ao certo por que algumas pessoas são mais propensas à ansiedade descontrolada do que outras. Alguns dos fatores que podem estar envolvidos nisso são: 
  • Genética, ou seja, histórico familiar de transtornos de ansiedade; 
  • Ambiente, por exemplo, passar por algum evento traumático ou estressante; 
  • Mentalidade ou modelo de pensamento, ou seja, a forma como a pessoa estrutura seus pensamentos ou linhas de raciocínio e, consequentemente, encara as situações do dia a dia; 
  • Doenças físicas. 
Entre as doenças físicas que podem estar relacionadas à ansiedade, encontramos: 
  • Problemas cardiovasculares, como as arritmias cardíacas; 
  • Doenças hormonais, como hipertireoidismo ou o hiperadrenocorticismo (aumento de atividade da glândula adrenal); 
  • Problemas respiratórios, como o DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica); 
  • Dores crônicas; 
  • Abuso de drogas, álcool ou medicações como os benzodiazepínicos. 
Até mesmo eventos como concussões, tumores cerebrais, excesso de cortisol pelo corpo e infecções por bactérias chamadas estreptococos podem se assemelhar à ansiedade. 
Por isso é importante buscar um psiquiatra para que ele pesquise se não há causas físicas por trás de seu problema de ansiedade. 

Fatores de risco

Algumas pessoas são mais propensas a terem distúrbios de ansiedade. Os principais fatores de risco são: 
  • Eventos traumáticos na infância ou mesmo vida adulta 
  • Estresse relacionado a doenças físicas sérias 
  • Acúmulo de estresse 
  • Tipo de personalidade, já que algumas pessoas tem uma personalidade naturalmente ansiosa, como os perfeccionistas e os controladores 
  • Abuso de substâncias, como álcool, cigarro e drogas ilícitas. 
No entanto, se o paciente sofre de algum transtorno de ansiedade, o tratamento pode envolver diversas abordagens. 
Algumas abordagens são mais recomendadas, como: 

Psicoterapia

A terapia com um psicoterapeuta pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam sua ansiedade, reduzir seus sintomas e trabalhar os eventos que o levaram a desenvolver este problema. 

Psicanálise freudiana: O autoconhecimento é a chave desse tipo de psicanálise, baseada no pensamento de Freud. Ela foca o inconsciente e traz seus problemas para o consciente. Normalmente o profissional não faz um direcionamento, deixando com que a pessoa decida sobre o que quer falar. No caso da ansiedade, ela é interessante para entender as raízes dos pensamentos ansiosos. 

Psicanálise junguiana: “Ela leva em consideração o inconsciente, o que é reprimido e tratá-lo através de símbolos, imagens oníricas, usando os sonhos como método de análise", diferencia a psicanalista Priscila. Também está mais ligada à busca pelo autoconhecimento e a recuperação da própria essência, mas também pode tratar depressão, ansiedade e encontrar a raiz desses problemas. 

Psicanálise lacaniana: Nessa abordagem há associação livre de palavras e é através da linguagem que chegamos ao núcleo do ser. 

Gestalt: É considerada uma terapia holística, justamente por levar em conta o todo das situações. Ela sempre examina o paciente as relações no que está em torno, o foco é trabalhar a pessoa no ambiente onde ela está, mas fazer com que ela se afaste da situação para ter a noção do todo. Essa análise é feita baseado na conversa, mas o profissional vai direcionando o diálogo e fazendo perguntas, pedindo descrições do papel de cada um nas situações e tecendo considerações. 

Terapia Cognitivo Comportamental: Mais conhecida como TCC, ela se foca em problemas específicos e na melhor forma de saná-los. Seu principal foco está na resolução de traumas, apesar de servir para outros tipos de problemas. Funciona bem com fobias e com o tratamento do TOC (11). 

Muitos cristão sofrem com ansiedade e outros transtornos e disfunções das atividades mentais. Espiritualizando a esses distúrbios, buscam tratar apenas espiritualmente e acabam se frustrando. Sem prendem em Fl.4.6 - Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e com isso, não buscam ajuda profissional. 
É necessário entender que, às vezes, é preciso buscar ajuda especializada. Não adianta se fechar, achar que só o apoio espiritual resolve. As igrejas precisam estar abertas a ajudar, mas buscando conhecimento especializado também.

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