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sábado, 13 de janeiro de 2018

Você sabe o que é ACATISIA?

Na acatisia o paciente não consegue ficar parado, movimentando-se constantemente. Apresenta-se irritado, inquieto com movimentos repetitivos.

A acatisia induzida por antipsicóticos é um transtorno de movimento relacionado ao sistema motor e caracterizado por sensação subjetiva de inquietude interna, irritabilidade ou disforia que podem ser intensas.  Associa-se à sensação física e objetiva de desassossego e a movimentos não discinéticos, incluindo balanço alternado dos pés, caminhar no mesmo lugar, movimentos no sentido ântero-posterior do tronco ou balanço alternados das pernas quando sentado. Nos casos graves, os pacientes levantam-se e abaixam-se como tentativa de aliviar o sofrimento causado pela sensação de desassossego. 

Causas
Efeito adverso provocado pelo uso de antipsicóticos.

Principais sintomas da acatisia: 

  • Ansiedade;
  • Inquietação – Balanço alternado dos pés, caminhar no mesmo lugar, o paciente marcha o tempo todo;
  • Parestesia – sensação anormal e desagradável sobre a pele como coceira queimação, dormência;
  • Irritabilidade;
  • Agitação psicomotora e;
  • Vontade de mover-se todo o tempo.

O escritor e criminoso americano Jack Henry Abbot descreveu, em 1981, os efeitos da acatisia produzida por antipsicóticos:


As drogas dessa classe não acalmam nem sedam os nervos. Elas atacam. Elas atacam do fundo de você, você não consegue localizar a origem da dor… Os músculos da sua mandíbula ficam descontrolados, então você começa a morder a boca por dentro, a mandíbula trava e a dor palpita. Durante horas, todos os dias, isso acontecerá. Sua coluna vertebral endurece tanto que você mal consegue mexer a cabeça ou o pescoço, e, às vezes, suas costas se curvam como um arco, e você não consegue ficar em pé. A dor "mói" os seus nervos… Você sofre com a inquietação e sente que tem que andar, caminhar. E então, assim que você começa a caminhar, o oposto acontece: você precisa se sentar e descansar. Na frente, atrás, em cima, embaixo, você continua com uma dor que não consegue localizar, uma ansiedade desgraçada que te esmaga, porque você não sente alívio "nem respirando".
—Jack Henry Abbot

Em relação à classificação, a acatisia pode ser classificada como aguda e crônica, de acordo com o tempo de aparecimento dos sintomas, que está relacionado à dosagem do antipsicótico. Barnes & Braude definem acatisia aguda como aquela cujos sintomas tenham ocorrido nos primeiros seis meses após a introdução do antipsicótico ou o aumento de sua dosagem. Em contraste, acatisia crônica é definida como aquela cujos sinais e sintomas não tenham ocorrido em associação ao aumento de dose de antipsicótico. 
Dados epidemiológicos revelam que a prevalência de acatisia em indivíduos tratados com antipsicóticos varia de 20% a 75%, ocorrendo mais frequentemente nos três primeiros meses da farmacoterapia. Sua ocorrência associa-se não somente à administração aguda do antipsicótico, mas também ao recente aumento da dose, acometendo principalmente indivíduos jovens, independente do sexo. Outros fatores de risco associados à ocorrência de acatisia seriam a potência terapêutica do antipsicótico e a via de administração do fármaco.
A acatisia pode ser confundida com agitação psicótica ou ansiedade, principalmente se o indivíduo descreve sensação subjetiva de "estar sendo controlado por forças externas".  Dentre as suas principais complicações, encontra-se a disforia que, em casos mais graves, pode predispor ao suicídio. Além disso, esse efeito adverso pode contribuir para a pobre adesão do paciente ao tratamento, favorecer recaídas e agravar o prognóstico.
A fisiopatologia da acatisia induzida por antipsicóticos permanece desconhecida. Dentre as hipóteses propostas, o antagonismo entre as vias dopaminérgicas mesolímbicas e mesocorticais parece constituir hipótese plausível, mas não completamente satisfatória. A idéia de que o bloqueio dopaminérgico predisporia à emergência dos sintomas de acatisia foi sustentada por estudos de PET-Scan conduzidos por Farde et al. Segundo essa hipótese, fármacos que reduzissem os sintomas extrapiramidais, advindos do bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2, deveriam ter efeito terapêutico também na acatisia. 
A eficácia dos betabloqueadores no tratamento da acatisia tem sido explicada com base na hipótese de sua ação antagônica aos efeitos inibitórios da descarga noradrenérgica sobre a área tegmental ventral (origem do sistema dopaminérgico mesolímbico e mesocortical), o que levaria ao aumento da neurotransmissão dopaminérgica.
O envolvimento do sistema GABAérgico pode ser explicado pela suposta ação terapêutica de agentes anticolinérgicos e benzodiazepínicos na acatisia induzida por antipsicóticos. O bloqueio dopaminérgico na via nigroestriatal predisporia ao aumento da neurotransmissão colinérgica e subseqüente diminuição da neurotrasmissão GABAérgica. 
As intervenções terapêuticas disponíveis para o tratamento da acatisia induzida por antipsicóticos baseiam-se nas hipóteses fisiopatológicas citadas e incluem o uso de betabloqueadores, drogas anticolinérgicas e benzodiazepínicos.
A acatisia é um efeito adverso dos neurolépticos (antipsicóticos), tais como as butirofenonas (Haldol), e não deve ser confundida com manifestações motoras ligadas à ansiedade.

Estudos mostram que betabloqueadores, benzodiazepínicos e anticolinérgicos são eficazes para controlar temporariamente os movimentos involuntários, sendo os betabloqueadores de ação central os mais eficazes no tratamento causado por antipsicóticos.
É normal que nos casos de depressão, ansiedade e distúrbio do sono, a pessoa queira um resultado imediato. Pata tal, o uso de medicação tem uma resposta no trato dos sintomas. O tratamento da causa requer tempo.  
Quando o indivíduo tiver uma consulta psiquiátrica, é recomendável passar por mais de um especialista, para avaliar o tipo de medicação que está sendo prescrito.
Devido não ter encontrado nenhum vídeo brasileiro que trata do assunto, sugiro que assista o vídeo abaixo.

Drogas psiquiátricas são muito mais perigosas do que você jamais poderia imaginar.


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