A Depressão e o Suicídio
É
notório em todos os estados do Brasil que os dados sobre suicídio em 2018, já
extrapolaram todas as pesquisas de anos anteriores.
Sem
uma explicação clara para esse fenômeno, os órgãos governamentais tateiam às
cegas com diversas suposições, mas sem uma resposta concreta sobre a verdadeira
causa do aumenta acentuado dos casos de suicídio. Também não sabem o que fazer
para conter essa onda descontrolada de pessoas que dão cabo à própria vida,
como forma de aliviar o sofrimento de diversas situações que vão de patologias
psicoemocionais a fatores que não estão diretamente à saúde mental.
Um
dado é certo: A maior causa de suicídio está relacionada à Depressão. Por ano,
segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registradas cerca de
um milhão de mortes por suicídio no mundo. No Brasil são cerca de doze mil
casos.
Outro
fator de risco são pessoas que já tentaram suicídio. Esses casos devem ser
acompanhados com maior atenção e tratados por meio de terapia, para evitar
reincidências.
A Depressão
Tristeza,
angustia, irritabilidade, dificuldade de concentração, alteração do sono e
apetite, persistência de pensamentos negativos são alguns dos sintomas de
pessoas com depressão, devendo ser tratado da forma correta, a fim de evitar
que atinja um quadro agudo, culminando no suicídio.
Em
alguns casos, os sinais da depressão se apresentam na infância e vão evoluindo
na adolescência e juventude, tornando-se mais intensos na faze adulta. Nesses
casos, a atenção da família é fundamental, devendo buscar ajuda o mais cedo possível.
Os tratamentos:
Medicação, Terapia e Espiritualidade.
Medicação
– O acompanhamento psiquiátrico é o primeiro passo no tratamento da depressão,
visando baixar os sintomas. É imprescindível evitar que o tratamento seja
interrompido.
Apesar
de ser a medicação o meio mais rápido de reduzir os sintomas, deve-se ter o
cuidado de que o paciente não se torne dependente da medicação.

As
benzodiazepinas são classificadas como tranquilizantes e são usadas no
tratamento da ansiedade, dos distúrbios do sono, das convulsões e outras
condições. Elas incluem drogas que são comumente prescritas como Valium, Xanax
e Lorazepam.
Esse
estudo foi realizado pela Universidade da Colúmbia Britânica de Vancouver, no
Canadá e publicado em maio de 2017, no periódico American Journal of
Public Health, mostrando que o consumo excessivo desses fármacos causa maior
risco de mortalidade do que outras substâncias tradicionais usadas pela
população.
A
pesquisa foi realizada com 2.802 voluntários usuários de benzodiazepinas
durante cinco anos e meio. No final do estudo, 18,8% dos participantes
morreram.
A
necessidade de reduzir os sintomas de forma rápida, tem levado pessoas com
quadro depressivo tornarem-se dependente desses fármacos, sem avaliar o grau de
males que podem causar, alerta o cientista Keith Ahamad, em entrevista ao
jornal Vancouver Sun: “O interessante
sobre isso é que é uma droga prescrita e
as pessoas pensam que estão seguras. Mas, provavelmente, estamos
prescrevendo essas drogas de uma maneira que está causando danos. Não há muita
evidência científica para dizer que essas pessoas devem usar esses medicamentos
de forma crônica”.
Terapia –
A depressão não tem como causa apenas um desequilíbrio químico no cérebro,
e não é curada com o simples uso de medicamentos, o processo terapêutico deve
fazer parte do tratamento.
Como
Psicanalista, vejo a importância da medicação, desde que associada a um
processo terapêutico, haja vista que a terapia busca desvendar as causas da
depressão, no que tange às patologias psicoemocionais. Nesses casos, apenas o
uso da medicação, prolongará o tratamento, sem os resultados que poderiam ser
alcançados em curto prazo e de forma mais eficiente, uma vez que a depressão
não tem uma causa única, mas é resultado de uma combinação de fatores
biológicos, psicológicos e sociais.
A
melhor forma de tratar a depressão é identificar os fatores específicos, causadores
da depressão.
Fator
Genético – Está relacionado a um histórico familiar de depressão, podendo
aumentar o risco. Nesse caso, a depressão é passada para a geração seguinte
geneticamente, não sendo conhecida a forma como isto acontece.
Desequilíbrios
químicos do cérebro - A depressão é causada por um desequilíbrio nos
neurotransmissores que estão envolvidos na regulação do humor. Os
neurotransmissores são substâncias químicas que ajudam as diferentes áreas do
cérebro a comunicarem uns com os outros. Quando certos neurotransmissores
são escassos, pode levar a sintomas que reconhecemos como depressão.
Dor
e perda - Embora o luto seja uma resposta normal à morte e à perda, o stress
extremo associado à tristeza pode desencadear um episódio de depressão.
Solidão
- Sentir a falta ou o apoio da família e amigos pode aumentar o risco de
depressão.
Personalidade
- Você pode ser mais vulnerável à depressão se você tiver certos traços de
personalidade, como baixa autoestima ou ser excessivamente autocrítico. Isto
pode ser devido aos genes que você herdou de seus pais, ou por causa de sua
personalidade ou experiências de vida.
Traumas
ou abuso no passado - Abuso físico, ou emocional pode causar depressão na vida
adulta.
Desemprego
e Tensão financeira - Aqueles que estão involuntariamente desempregados e,
consequentemente com problemas financeiros, têm mais probabilidade de ser
deprimidos do que aqueles que estão empregados.
Doenças
- O stress de ter uma doença de longa data ou com risco de vida pode causar
depressão.
Problemas
conjugais ou relacionamentos - O fim de uma relação como o namoro ou divorcio,
pode ser uma causa de depressão.
Depressão
pós-parto - Algumas mulheres são particularmente vulneráveis à depressão após a
gravidez. As mudanças hormonais e físicas, bem como a responsabilidade
adicional de uma nova vida, podem levar à depressão pós-parto.
Medicamentos
- Alguns medicamentos podem ter como efeitos secundários causar ou
potencializando a depressão.
Má
alimentação - A falta de certas vitaminas e minerais pode causar sintomas
de depressão. Dietas baixas em ômega-3 ou ômega-6 são associados com aumento
das taxas de depressão. Alto teor de açúcar também tem sido associado à
depressão.
Abuso
de substâncias: Drogas e Álcool - Quase 30% das pessoas com problemas de abuso
de substâncias também têm depressão.
Estações
do ano - O inverno pode ser uma possível causa de depressão. À medida que as
horas de luz do dia ficam mais curtas no inverno, muitas pessoas desenvolvem
sentimentos de letargia, cansaço, e uma perda de interesse em tarefas diárias.
Chamada de depressão sazonal, esta condição geralmente desaparece quando
os dias ficam mais longos. O seu médico pode prescrever medicamentos e / ou uma
caixa de luz para ajudar a tratar a depressão sazonal.
Espiritualidade – Apesar
de determinados campos de psicoterapia terem abolido Deus e a religião do
processo terapêutico, recentemente a Associação Mundial de Psiquiatria divulgou
um documento em que afirma que religião e a espiritualidade têm
impacto relevante no tratamento e na prevenção de doenças mentais.
Para
chegar a esta conclusão, a Associação analisou mais de 3.000
estudos sobre a relação entre espiritualidade e saúde mental. Os
resultados indicam que a qualidade de vida e a sociabilidade melhoram com a
prática espiritual e religiosa, combatendo o estresse causado por perdas, a
depressão e a tendência suicida, além de ajudar na recuperação de pessoas que
tentaram o suicídio.
Há
dois anos, a publicação de outra pesquisa ajudou a ciência a entender um pouco
melhor a influência espiritual na espessura do córtex, que é a membrana
que reveste o cérebro: quando o córtex é mais fino, maiores são chances de se
desenvolver a depressão; e quanto mais se nutre a religiosidade e a
espiritualidade, mais espesso tende a ser o córtex, diminuindo, por
conseguinte, o risco de depressão. A pesquisa foi feita na Universidade
Columbia, dos Estados Unidos, e publicada no periódico JAMA Psychiatry.
Estudos
anteriores já tinham indicado que, nas pessoas com histórico familiar de
depressão, a espiritualidade reduz em até 90% o risco de desenvolver o
transtorno. Os autores da pesquisa publicada em 2013 focaram em estudar de que
forma a religiosidade se relaciona com a redução da depressão.
Durante
cinco anos, eles analisaram 103 pessoas de 18 a 54 anos, das quais uma
parte tinha predisposição genética para a depressão. Foi avaliada, nos 103
voluntários, a importância da religião e a frequência a templos e igrejas, além
de serem feitos exames de ressonância magnética para verificar a anatomia cerebral.
Os pesquisadores observaram que os participantes que davam mais importância a
questões espirituais possuíam um córtex mais espesso em algumas áreas do
cérebro. A associação entre religiosidade e espessura do córtex foi confirmada
em todos os participantes, mas foi mais forte entre aqueles que tinham
histórico de depressão na família.
Está
cloro que, dia a dia a ciência vem contribuindo para firmar as verdades
bíblicas, mas também tem se rendido a elas, reconhecendo os benefícios que fé e
a relação com Deus podem causar na saúde do ser humano. Isso ficou comprovado
em pesquisas feitas com vários médicos nos principais hospitais e universidades
em todo os EUA, mostraram conclusivamente que a crença em Deus é realmente boa
para uma pessoa, fazendo-a mais saudável e feliz, e também contribui para uma
vida mais longa.
O
estudo concluiu ainda que, os benefícios da prática religiosa devota,
particularmente o envolvimento em uma comunidade de fé e compromisso religioso,
são de que as pessoas lidam melhor, em geral, com o estresse. Elas experimentam
um bem-estar maior, porque têm mais esperança, e estão mais otimistas,
experimentam menos depressão, menos ansiedade, e cometem menos suicídio.
Osésa Rodrigues de
Oliveira
Psicanalista
Clínico.
044-997601317
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