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terça-feira, 20 de março de 2018

A DEPRESSÃO, O SUICÍDIO E O TRATAMENTO PREVENTIVO


A Depressão e o Suicídio

É notório em todos os estados do Brasil que os dados sobre suicídio em 2018, já extrapolaram todas as pesquisas de anos anteriores.
Sem uma explicação clara para esse fenômeno, os órgãos governamentais tateiam às cegas com diversas suposições, mas sem uma resposta concreta sobre a verdadeira causa do aumenta acentuado dos casos de suicídio. Também não sabem o que fazer para conter essa onda descontrolada de pessoas que dão cabo à própria vida, como forma de aliviar o sofrimento de diversas situações que vão de patologias psicoemocionais a fatores que não estão diretamente à saúde mental.
Um dado é certo: A maior causa de suicídio está relacionada à Depressão. Por ano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registradas cerca de um milhão de mortes por suicídio no mundo. No Brasil são cerca de doze mil casos.
Outro fator de risco são pessoas que já tentaram suicídio. Esses casos devem ser acompanhados com maior atenção e tratados por meio de terapia, para evitar reincidências.

A Depressão
Tristeza, angustia, irritabilidade, dificuldade de concentração, alteração do sono e apetite, persistência de pensamentos negativos são alguns dos sintomas de pessoas com depressão, devendo ser tratado da forma correta, a fim de evitar que atinja um quadro agudo, culminando no suicídio.
Em alguns casos, os sinais da depressão se apresentam na infância e vão evoluindo na adolescência e juventude, tornando-se mais intensos na faze adulta. Nesses casos, a atenção da família é fundamental, devendo buscar ajuda o mais cedo possível.

Os tratamentos: Medicação, Terapia e Espiritualidade.
Medicação – O acompanhamento psiquiátrico é o primeiro passo no tratamento da depressão, visando baixar os sintomas. É imprescindível evitar que o tratamento seja interrompido.
Apesar de ser a medicação o meio mais rápido de reduzir os sintomas, deve-se ter o cuidado de que o paciente não se torne dependente da medicação. 

Estudos recentes tem mostrado que medicamentos psiquiátricos, mais especificamente as benzodiazepinas, podem matar mais que cocaína, heroína e anfetaminas.
As benzodiazepinas são classificadas como tranquilizantes e são usadas no tratamento da ansiedade, dos distúrbios do sono, das convulsões e outras condições. Elas incluem drogas que são comumente prescritas como Valium, Xanax e Lorazepam.
Esse estudo foi realizado pela Universidade da Colúmbia Britânica de Vancouver, no Canadá e publicado em maio de 2017, no periódico American Journal of Public Health, mostrando que o consumo excessivo desses fármacos causa maior risco de mortalidade do que outras substâncias tradicionais usadas pela população.
A pesquisa foi realizada com 2.802 voluntários usuários de benzodiazepinas durante cinco anos e meio. No final do estudo, 18,8% dos participantes morreram.
A necessidade de reduzir os sintomas de forma rápida, tem levado pessoas com quadro depressivo tornarem-se dependente desses fármacos, sem avaliar o grau de males que podem causar, alerta o cientista Keith Ahamad, em entrevista ao jornal Vancouver Sun: “O interessante sobre isso é que é uma droga prescrita e as pessoas pensam que estão seguras. Mas, provavelmente, estamos prescrevendo essas drogas de uma maneira que está causando danos. Não há muita evidência científica para dizer que essas pessoas devem usar esses medicamentos de forma crônica”.

Terapia – A depressão não tem como causa apenas um desequilíbrio químico no cérebro, e não é curada com o simples uso de medicamentos, o processo terapêutico deve fazer parte do tratamento.
Como Psicanalista, vejo a importância da medicação, desde que associada a um processo terapêutico, haja vista que a terapia busca desvendar as causas da depressão, no que tange às patologias psicoemocionais. Nesses casos, apenas o uso da medicação, prolongará o tratamento, sem os resultados que poderiam ser alcançados em curto prazo e de forma mais eficiente, uma vez que a depressão não tem uma causa única, mas é resultado de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
A melhor forma de tratar a depressão é identificar os fatores específicos, causadores da depressão.
Fator Genético – Está relacionado a um histórico familiar de depressão, podendo aumentar o risco. Nesse caso, a depressão é passada para a geração seguinte geneticamente, não sendo conhecida a forma como isto acontece.
Desequilíbrios químicos do cérebro - A depressão é causada por um desequilíbrio nos neurotransmissores que estão envolvidos na regulação do humor. Os neurotransmissores são substâncias químicas que ajudam as diferentes áreas do cérebro a comunicarem uns com os outros. Quando certos neurotransmissores são escassos, pode levar a sintomas que reconhecemos como depressão.
Dor e perda - Embora o luto seja uma resposta normal à morte e à perda, o stress extremo associado à tristeza pode desencadear um episódio de depressão.
Solidão - Sentir a falta ou o apoio da família e amigos pode aumentar o risco de depressão.
Personalidade - Você pode ser mais vulnerável à depressão se você tiver certos traços de personalidade, como baixa autoestima ou ser excessivamente autocrítico. Isto pode ser devido aos genes que você herdou de seus pais, ou por causa de sua personalidade ou experiências de vida.
Traumas ou abuso no passado - Abuso físico, ou emocional pode causar depressão na vida adulta.
Desemprego e Tensão financeira - Aqueles que estão involuntariamente desempregados e, consequentemente com problemas financeiros, têm mais probabilidade de ser deprimidos do que aqueles que estão empregados.
Doenças - O stress de ter uma doença de longa data ou com risco de vida pode causar depressão.
Problemas conjugais ou relacionamentos - O fim de uma relação como o namoro ou divorcio, pode ser uma causa de depressão.
Depressão pós-parto - Algumas mulheres são particularmente vulneráveis à depressão após a gravidez. As mudanças hormonais e físicas, bem como a responsabilidade adicional de uma nova vida, podem levar à depressão pós-parto.
Medicamentos - Alguns medicamentos podem ter como efeitos secundários causar ou potencializando a depressão.
Má alimentação - A falta de certas vitaminas e minerais pode causar sintomas de depressão. Dietas baixas em ômega-3 ou ômega-6 são associados com aumento das taxas de depressão. Alto teor de açúcar também tem sido associado à depressão.
Abuso de substâncias: Drogas e Álcool - Quase 30% das pessoas com problemas de abuso de substâncias também têm depressão.
Estações do ano - O inverno pode ser uma possível causa de depressão. À medida que as horas de luz do dia ficam mais curtas no inverno, muitas pessoas desenvolvem sentimentos de letargia, cansaço, e uma perda de interesse em tarefas diárias. Chamada de depressão sazonal, esta condição geralmente desaparece quando os dias ficam mais longos. O seu médico pode prescrever medicamentos e / ou uma caixa de luz para ajudar a tratar a depressão sazonal.

Espiritualidade – Apesar de determinados campos de psicoterapia terem abolido Deus e a religião do processo terapêutico, recentemente a Associação Mundial de Psiquiatria divulgou um documento em que afirma que religião e a espiritualidade têm impacto relevante no tratamento e na prevenção de doenças mentais.
Para chegar a esta conclusão, a Associação analisou mais de 3.000 estudos sobre a relação entre espiritualidade e saúde mental. Os resultados indicam que a qualidade de vida e a sociabilidade melhoram com a prática espiritual e religiosa, combatendo o estresse causado por perdas, a depressão e a tendência suicida, além de ajudar na recuperação de pessoas que tentaram o suicídio.
Há dois anos, a publicação de outra pesquisa ajudou a ciência a entender um pouco melhor a influência espiritual na espessura do córtex, que é a membrana que reveste o cérebro: quando o córtex é mais fino, maiores são chances de se desenvolver a depressão; e quanto mais se nutre a religiosidade e a espiritualidade, mais espesso tende a ser o córtex, diminuindo, por conseguinte, o risco de depressão. A pesquisa foi feita na Universidade Columbia, dos Estados Unidos, e publicada no periódico JAMA Psychiatry.

Estudos anteriores já tinham indicado que, nas pessoas com histórico familiar de depressão, a espiritualidade reduz em até 90% o risco de desenvolver o transtorno. Os autores da pesquisa publicada em 2013 focaram em estudar de que forma a religiosidade se relaciona com a redução da depressão.
Durante cinco anos, eles analisaram 103 pessoas de 18 a 54 anos, das quais uma parte tinha predisposição genética para a depressão. Foi avaliada, nos 103 voluntários, a importância da religião e a frequência a templos e igrejas, além de serem feitos exames de ressonância magnética para verificar a anatomia cerebral. Os pesquisadores observaram que os participantes que davam mais importância a questões espirituais possuíam um córtex mais espesso em algumas áreas do cérebro. A associação entre religiosidade e espessura do córtex foi confirmada em todos os participantes, mas foi mais forte entre aqueles que tinham histórico de depressão na família.
Está cloro que, dia a dia a ciência vem contribuindo para firmar as verdades bíblicas, mas também tem se rendido a elas, reconhecendo os benefícios que fé e a relação com Deus podem causar na saúde do ser humano. Isso ficou comprovado em pesquisas feitas com vários médicos nos principais hospitais e universidades em todo os EUA, mostraram conclusivamente que a crença em Deus é realmente boa para uma pessoa, fazendo-a mais saudável e feliz, e também contribui para uma vida mais longa.
O estudo concluiu ainda que, os benefícios da prática religiosa devota, particularmente o envolvimento em uma comunidade de fé e compromisso religioso, são de que as pessoas lidam melhor, em geral, com o estresse. Elas experimentam um bem-estar maior, porque têm mais esperança, e estão mais otimistas, experimentam menos depressão, menos ansiedade, e cometem menos suicídio.
Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico.
044-997601317

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