Paixão só aprendeu a ficar por pouco tempo. O amor gosta mesmo é de permanecer a vida inteira.
Padre Fábio de Melo
Paixão
e amor são dois sentimentos muito fortes que podem ser confundidos, e por mais
que estejam relacionados, são totalmente distintos e difíceis de identificar.
Muitos
estudiosos no campo da psicologia, da filosofia e até mesmo da neurologia têm se
dedicado a estudar estes sentimentos para delimitar o que os diferem.
É
fundamental saber a diferença entre ambos, antes de declarar a alguém seu sentimento
de amor ou paixão.
A Paixão e a Atração
Para a
psicanálise a paixão é uma manifestação da projeção - quando a pessoa projeta
suas idealizações no outro, ou seja, quando alguém se apaixona, está atraída
pela idealização que faz do outro, não pela pessoa em si.
Essa
atração provocada pela paixão, está relacionada às características que mais atrai
a pessoa apaixonada, exemplo: o físico, os lábios, os olhos, a pele o sorriso e
etc.
Sintomas
Os sintomas mais comuns em pessoas apaixonadas são: suores, olhares perdidos, suspiros, aumento da pressão arterial, da frequência respiratória e dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas, tremores, falta de apetite, de concentração, de memória e do sono.
Esses
sintomas são provocados por alterações em regiões específicas já identificadas
pela ciência, e que são responsáveis pelas descargas de emoções para o coração
e as artérias: a dopamina, um neurotransmissor da alegria e da felicidade.
Pesquisas
recentes comprovam que as estruturas do cérebro chamadas núcleo caudado (área
tegmentar ventral e córtex pré-frontal), se mostraram mais ativas em pessoas
apaixonadas.
Referem-se
a regiões ricas em dopamina e endorfina, neurotransmissores com efeito
semelhante ao da morfina, e a somatória desses agentes, estimulam os circuitos
de recompensa. Exemplo: Estar em contato com a pessoa, objeto da paixão, mesmo
que por telefone ou redes sociais, aumentará a liberação de endorfina e
dopamina, resultando em mais prazer e satisfação.
Outra
molécula natural associada a essa avalanche de transformações é a
feniletilamina - também conhecida como "hormônio da paixão", é um
neurotransmissor cuja molécula se parece muito com a anfetamina, e cuja
produção no cérebro suspeita-se possa ser desencadeada por eventos simples como
uma troca de olhares ou um aperto de mãos, age, como a noradrenalina, ativador
da memória para novos estímulos.
O
aumento de hormônios como a oxitocina e vasopressina (responsáveis pela
formação dos laços afetivos mais duradouros e intensos, como os afetos de ligação
familiar: da mãe com o filho), também foram notados nas fases mais agudas da
paixão.
Tempo de duração da paixão
A paixão é um sentimento devastador que costuma fazer muito estragos e deixar sequelas na área emocional, podendo durar semanas ou até anos – em média 2 a 3 anos e depois acaba, levando ao fim do relacionamento, isso porque, no caso da paixão, quando ela acaba, a primeira coisa que acontece é que, ambos começam a perceber as falhas e defeitos que antes não viam e vêm as cobranças. Assim, não é recomendável que nenhum casal de namorados se apresse em casar nos três primeiros anos de relacionamento.
O amor é cego
Com certeza você já ouviu dizer que o amor é cego. Isso não é verdade! A paixão cega. Freud disse: “Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão”. Uma pessoa apaixonada não vê defeitos, vícios, falta de caráter, maldade, e nem dá atenção aos alertas de pessoas que tentam fazê-la enxergar.
Diferente
da paixão, o amor verdadeiro enxerga muito mais que a aparência, o amor verdadeiro
tem a percepção dos valores, da autenticidade e da personalidade,
características que podem ser tão instigantes ou mais que um olhar ou um
sorriso. Quem ama, tem plena consciência dos defeitos do outro, mas está
disposto a superar e ajudar a pessoa amada.
As
ilusões também desaparecem com o amor. A pessoa que ama, consegue ter a
percepção das qualidades e dos defeitos da pessoa amada, não havendo ilusões –
projeções.
Outro
ponto que diferencia o amor da paixão é que o amor não acontece à
"primeira vista", mas é um sentimento profundo e complexo, que leva
um longo período de tempo para se desenvolver.
E
engana-se quem pensa que o amor é garantido para todo o sempre. Sim, os amores
podem chegar ao fim! Mas, para que isso não aconteça, o casal nunca deve deixar
de se empenhar em respeitar, cuidar e ser sinceros um com o outro.
Amar
não implica na busca pessoal da felicidade, mas em fazer seu parceiro(a) feliz.
Também é a prática de ações que externam esse amor mais que as palavras. Quem
diz que ama, deve agir de forma a fazer as palavra serem verdadeiras.
Participar
das atividades que o parceiro(a) gosta, é outra forma de demonstrar amor, mesmo
que seja a coisa mais chata do mundo para você. Quando amamos de verdade, não
estamos presentes apenas para os programas divertidos e românticos, mas também
para aquilo que sabemos que é importante para o companheiro(a).
Amar é
apoiar incondicionalmente o(a) outro(a), fazendo com que, mesmo os programas
mais chatos, sejam ótimos, apenas por ver a satisfação e felicidade da pessoa
que ama.
“Como fica forte uma pessoa quando está
segura de ser amada!” Sigmund Freud
Amor e Sexo
O sexo é um fator extremamente necessário na relação do casal, porém, no amor o sexo está longe de ser a coisa mais importante. Quando amamos queremos a garantia da felicidade da pessoa amada, e o desejo de cuidar e ajudar o parceiro(a) a conquistar os seus sonhos e objetivos mais audaciosos.
A
coisa mais importante no amor é justamente isso: lutar e garantir a felicidade
de quem você ama! Lembrando que este sentimento precisa ser mútuo para que a
relação se mantenha, caso contrário, é provável que a pessoa que está contigo
não seja a “destinada” a receber todo o amor que você tem a dar.
Enfrentando as crises
Administrar os conflitos na relação, talvez seja uma boa oportunidade para refletir sobre os seus verdadeiros sentimentos para com o seu parceiro(a).
Brigas
e desentendimentos existem, mesmo entre as pessoas que se amam. O que difere os
momentos de crises na paixão e no amor é o modo como lidamos com as situações.
Quando
você não admite ceder para apaziguar uma situação de conflito, optando por fugir
para evitar confusões, talvez esta pessoa não seja mesmo o amor da sua vida.
O amor
é feito de trocas e consensos. Podemos até ficar irritados e querermos nos
afastar, mas quando brigamos com quem amamos verdadeiramente, a vontade de pôr
os pingos nos “is” e achar uma solução para a crise, fala sempre mais alto.
Nestes momentos é importante que ambos estejam abertos a compreender não apenas
quem são como indivíduos, mas também os sentimentos e pontos de vista do
parceiro.
Diálogo
e compreensão são dois ingredientes importantes num relacionamento amoroso de
sucesso!
O amor
pode ir muito além do que o tradicional "amor romântico". O amor tem
muitas formas e manifestações, você só precisa encontrar a sua!
“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor,
que é o elo perfeito.” Cl.3:14
Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico
Pós graduado em Psicanálise Aplicativa
044-997601317
Osésa Rodrigues de Oliveira
Psicanalista Clínico
Pós graduado em Psicanálise Aplicativa
044-997601317
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