Repetição de comportamentos prejudiciais podem ter origem na baixa autoestima e na insegurança.
Por mais
absurdo que possa parecer você pode ter atitudes prejudicais a si mesmo. Esse
comportamento é conhecido com autossabotagem.
No
artigo “Os que Fracassam ao Triunfar” Sigmund Freud(1916), o pai da
psicanálise, diz que, por certas razões, alguns indivíduos têm problemas em
usufruir da satisfação de um desejo. Conseguir alcançá-lo traz angústia porque
a sua realização vai contra crenças primordiais, entre elas, a de que não
merece ser feliz. Exemplos: Um novo relacionamento, uma promoção no trabalho ou
a conquista de um bem desejado. Em geral, quando você se boicota, não consegue perceber
que está repetindo os mesmos erros. Seja em maior ou menor grau, você está
sempre se autossabotando. Um exemplo claro de autossabotagem é você fazer
regime de fome a semana toda e comer até no fim de semana. Ser traído pelo desejo de
vez em quando é normal, mas quando esse comportamento se torna repetitivo, é
sinal de que você não quer emagrecer de verdade, embora viva dizendo que
precisa perder peso.
O
autossabotador é uma pessoa com baixa autoestima, inseguro e tem dificuldade de
se lançar em novos desafios. Esse desacerto, em geral, está relacionado à
educação dada pelos pais, que não valorizam as potencialidades dos filhos e
fazem crescer na criança, o medo e a insegurança.
No livro “O Ciclo da Autossabotagem”, Stanley Rosner afirma que o ser humano passa a metade de vida
tentando confirmar as crenças adquiridas na infância, principalmente no
relacionamento com os pais. – “Há pessoas
que cozinham da mesma maneira que sua mãe cozinhava, frequentam o mesmo templo,
adotam as mesmas diversões e, às vezes, até moram na mesma casa. Para elas,
tanto na vida real quanto na íntima, não há espaço para a mudança, a inovação.
Não há espaço sequer para a imaginação” – afirma Rosner.
Para
romper esse ciclo, é necessário e imprescindível desenvolver o autoconhecimento.
Para isso, o melhor caminho é a terapia.
A
psicanálise defende o resgate de memórias da infância como ponto de partida
para superar a repetição de comportamentos familiares. Isso acontece porque, as pessoas desenvolvem, desde pequenas, a percepção que a única forma de serem amadas e aceitas é serem iguais a seus pais. Daí porque valorizam tanto as crenças deles – precisam sentir-se
consideradas e acolhidas. Ou seja, elas serão aceitas pelo que seus pais querem que sejam e não pelo que realmente são .
Essa repetição de comportamentos dos pais para ter seu amor, é o que a psicanalise define como “identificação arcaica”. É um
comportamento ruim na infância e se torna pior ainda, quando na fase adulta procura cumprir o que era pedido pelos pais, sem escutar suas próprias
preferências, atender suas reais potencialidades ou sequer olhar para o
ambiente atual e constatar que essas exigências são descabidas
Como saber se estou me autossabotando?
O
autoconhecimento é o primeiro passo para romper o ciclo de autossabotagem.
Se
você repete os mesmos erros sempre e culpa mundo pelos seus problemas, vive se
fazendo de vítima, muda de emprego constantemente e a culpa é dos
chefes. Se sempre se envolve num relacionamento tóxico, mesmo que a pessoa
anterior te tenha feito sofrer;
Se a
possibilidade de as coisas darem certo te faz sofre, ou seja: você subestima o
próprio talento e não se considera capaz de assumir determinadas tarefas; Não
se acha merecedor de suas próprias conquistas;
Se você
não consegue ser feliz e desfrutar dos resultados positivos. Pensa: “Emagreci,
agora vou engordar”, “fui contratado(a), mas posso ser demitido(a) a qualquer
momento”, etc.
Pensa sempre
que algo de ruim está para acontecer e que a felicidade plena é impossível; Se
compra um carro novo, pensa que vai ser roubado ou bater antes de fazer o
seguro, procure, urgentemente ajuda profissional. Você está se autossabotando o
tempo todo.
Osésa R.Oliveira
Psicanalista Clínico
Contato: 044-997601317.